Goiás enfrenta um grave cenário de violência contra crianças e adolescentes. Apenas nos quatro primeiros meses de 2025, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) registrou 793 casos de estupro de vulnerável, além de 458 notificações de maus-tratos e 162 de importunação sexual. Os números alarmantes revelam uma triste realidade: a maioria desses crimes ocorre dentro do próprio lar e é cometida por pessoas próximas às vítimas, conforme aponta levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Diante dessa situação, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), por meio da Coordenadoria da Infância e Juventude, reforça a importância do Maio Laranja, campanha de conscientização que busca mobilizar a sociedade e ampliar o debate sobre um crime que, muitas vezes, permanece escondido nos ambientes de confiança da criança.
“A proteção de crianças e adolescentes é responsabilidade de todos. É fundamental que situações suspeitas sejam denunciadas e que a rede de proteção funcione de forma integrada para romper o silêncio e garantir acolhimento seguro às vítimas”, destaca a juíza Célia Regina Lara, coordenadora da Infância e Juventude do TJGO.
A mobilização nacional tem como data simbólica o 18 de maio, instituído pela Lei nº 9.970/2000 como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. No Estado, o Judiciário oferece instrumentos como a escuta especializada e o depoimento especial, previstos na Lei nº 13.431/2017, para evitar a revitimização das crianças e adolescentes durante o processo judicial.
Além disso, ações educativas como os gibis “Chega pra lá!” e “Depoimento Especial” e campanhas digitais foram elaboradas pelo TJGO para ampliar a conscientização e orientação sobre o tema. Casos suspeitos podem e devem ser denunciados pelo Disque 100, Polícia Militar (190), Conselho Tutelar ou Delegacias Especializadas.
O silêncio não protege — denunciar é um ato de proteção e cidadania.